quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sexta-feira é dia de cultura

Para estrear este espaço, vamos começar com Autopsicografia de Fernando Pessoa. Espero que vocês gostem.
Autopsicografia

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de roda
Que se chama coração.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sobre a Amazônia

Bom dia Amigos!
Creio que muitos já devem ter lido o texto abaixo, dito pelo senador Cristóvam Buarque num debate realizado em uma universidade nos EUA. É claro que esta questão sobre a Amzônia vai muito além da discussão sobre a nossa soberania, que ao meu ver é inquestionável, por outro lado, não basta apenas afirmarmos que somos os soberanos cuidadores da maior floresta tropical do mundo, pois não se pode esquecer que temos também o ônus, a responsabilidade de preservá-la e garantir o seu uso sustentável.
De toda forma, este texto é uma das mais brilhantes demonstrações de pariotismo e clareza de raciocínio ante àqueles que se julgam superiores e tudo e a todos, donos absolutos da verdade. Para quem já leu o texto do senador, vale à pena reler e para que ainda não teve a oportunidade, a hora é esta!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:


"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!"

terça-feira, 3 de junho de 2008

Mensagem:

Boa tarde amigos!
Hoje é a estréia deste blog que tem como objetivo divulgar mensagens de otimismo, de reflexão, de consciência crítica sobre os mais diversos temas que circundam nossa contemporaneidade.
Espero que possamos estabelecer aqui, um fórum de debate sadio e respeitoso, que venha contribuir para o fomento de boas idéias e ideais, valores éticos e de cooperação entre todos, no sentido de contribuirmos para uma sociedade mais equilibrada e que vise o bem comum.
Um grande abraço a todos.
Gilberto Vieira